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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A saudade é feita de boas lembranças...


Hoje me lembrei de um vestido que a minha Tia Cida Fez para mim quando eu tinha aproximadamente 9 anos, pois me lembro que eu estava na 4ª Série...

(Para quem não sabe, fui criada pelos meus tios e a Tia Cida era como minha mãe).

O vestido era roxo, sim, roxo, havia detalhes nas mangas e na barra, ele tinha mangas curtas... Eu gostava muito dele.

E com esse vestido um dia fui a uma chácara de alguém que não me lembro quem. Lá, havia uma lagoa com uma ponte, onde algumas pessoas pescavam e em algumas partes nadavam.

Estava muito calor e eu vi algumas crianças brincando na água e senti muita vontade de entrar também.

A Tia Cida me deixou entrar, de vestido e tudo, e arranjou para mim uma boia preta acho que era daquelas câmaras de ar antigas de pneu de carro...

Por que estou me lembrando disso?

Porque veio em minha memória que a minha tia parecia ser uma pessoa dura, mas sempre deixava a gente brincar, ela falava que “criança tem de ser criança”.

Não se importou com o vestido novo, nem se importou com a crítica de alguém, apenas deixou!

Quando eu estava feliz, parecendo um peixe, ela ficou brava, disse que eu estava indo muito para o fundo e me mandou ficar perto da ponte.

Na hora, eu fiquei muito chateada, fiquei olhando os outros brincarem ao longe... e eu sozinha perto daquela ponte...

Mas, hoje, entendo como ela era zelosa, me deixou brincar, mas dentro das regras dela, sob o olhar dela...

Por dentro, ela era mole como uma manteiga...

Aprendi com ela que criança tem de ser criança e pais têm de ser pais, ela era sábia, e nos deixou muitas lições de vida que aplicamos até hoje.

É Natal, as lembranças vêm, lembro-me do último amigo secreto que ela participou, ela nem se lembrava mais quem tinha tirado, e a Zi (sua filha caçula) cochichava ao seu ouvido e dava risada... (Ela estava com Alzheimer).

Ela não comprou o presente, não se lembrou quem tirou, mas nós nunca nos esqueceremos de quem ela foi, uma grande mulher!

Texto de Maria Cristina dos Santos Lima

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A nostalgia do Natal




Ah, como eu gosto de capuccino, às vezes vou ao shopping só para saborear um... Sim, eu tenho preferência, não se trata de propaganda, mas aquele do “Café do Ponto” é o melhor...

Eu estava na fila do caixa para pagar um capuccino “grande”, quando esbarrei em uma pequena árvore de natal que estava no balcão. Ela caiu no chão, separou-se em algumas partes, mas as bolas coloridas permaneceram intactas.

Neste instante, meus pensamentos perderam-se nas lembranças, na minha infância. Lembro-me do meu medo e cuidado para não derrubar aquelas bolas coloridas, pois elas quebravam e suas pontas espetavam os nossos dedos...

Era um medo gostoso, pois ali estava a família reunida, mexendo nos enfeites do natal passado e procurando os que ainda podiam ser aproveitados. Era uma surpresa atrás da outra, como, por exemplo, os cartões de natal que pendurávamos nas árvores, com mensagens de amigos e familiares.

Hoje, compramos tudo pronto: os enfeites das portas, as árvores montadas e até mesmo embrulhos que imitam presentes embaixo da árvore de natal... Isso me causou tristeza... A família também está assim,“artificial”, parece enfeite que olhamos na vitrine, lindo, colorido, mas “sem vida”, “sem amor”, “sem união”...

Mas ainda podemos ver algumas famílias reunidas em volta da árvore que, aos poucos, vai ganhando vida, cor, enfeites e sempre tem alguém brigando para ver quem vai colocar a estrela.

[...]

De repente, os meus pensamentos foram interrompidos pela atendente:
“Não se preocupe, não quebrou...”

Mal sabia ela, que eu queria que tivesse quebrado, abaixado para juntar os cacos, tentado arrumar, providenciado outros enfeites, feito alguma coisa... Mas, num piscar de olhos, lá estava a árvore, igual, pronta para ser derrubada por outra cliente desatenta.

O Capuccino? Saboreei bem devagar, observando a árvore gigante que colocaram lá no shopping e o movimento em sua volta: pais tirando fotos com os filhos...

Árvores digitalizadas para colocar no Facebook..

(Crônica de Maria Cristina Gama) - 12/12/2009
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