E hoje, quando fui justificar o meu voto, vi nas calçadas e na entrada do local propagandas jogadas no chão... Então, posso dizer que tive três alegrias: a primeira foi ver que o povo está mais educado, havia poucos papéis no chão, a segunda foi verificar que todas as propagandas eram do outro tal candidato e não daquele em quem eu votaria, a terceira alegria foi concluir que se tentaram entregar, muitos se recusaram e elas ficaram ali, largadas no chão...
Isso foi o que mais me surpreendi quando cheguei aqui, nesta cidade tão quente, que consegue, mesmo com elevadas temperaturas, exibir árvores floridas, coloridas, um milagre de Deus...
O nosso Deus é cuidadoso, Ele nos protege de todo mal, a nossa vida só pertence a Ele, e ninguém se despede deste mundo enquanto não chegar a hora, o clima pode não favorecer, a raiz pode encontrar pedras e ter dificuldade para se aprofundar, mas Deus nos manda chuva, ele mostra-nos novos caminhos e nestes caminhos novas pessoas, e a raiz muda seu rumo, desviando-se dos obstáculos, é a lei da natureza.
Nossas sementes serão plantadas, talvez não estejamos vivos para colher seus frutos, mas poderemos, enquanto tivermos vida, exibir nossas folhas brotando, nossas flores se abrindo e alcançar uma altura suficiente para a nossa copa poder oferecer um pouco de sombra para quem está cansado do sol forte que queima o rosto, sem proteção.
Então, enquanto o meu coração sofre pela espera, elevo meus olhos e o nosso criador coloca em minha frente aquela árvore, uma árvore que sempre esteve lá, mas só hoje me chamou a atenção pela perfeição dos cachos pendurados, coloridos, alinhados, nas cores verde e amarelo.
Texto de Maria Cristina Lima
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