Corbis-imagens |
Sou do tempo em que “Feliz Aniversário” se dava pessoalmente,
com abraços e presentes; que os encontros e convites eram feitos por telefone,
quando podíamos ouvir uma voz do outro lado: o prazer da suavidade da voz, e a
gente poder dizer o que está sentindo, discutir por que ir ou não ir, e até
mesmo mudar de ideia depois de uma boa conversa... Sou do tempo em que éramos
surpreendidos com uma visita inesperada, o toque da campainha ou do interfone,
fazendo o nosso coração disparar de felicidade (ou não)... de quando chegavam e
colocavam as mãos nos nossos olhos e tínhamos de adivinhar quem era... Sou do
tempo em que os namoros eram encantados, que a gente ficava no portão esperando
o nosso amor passar, só para ganhar um sorriso e um olhar, que ia lá dentro dos
olhos e dava aquele friozinho na barriga. Agora o que nos resta são mensagens
prontas, que nos mandam pela rede social, copiadas de alguma página específica,
agora o que nos resta é a emoção de ver um “in-box” aceso... Agora o que nos resta
é um toque no celular, avisando que chegou mensagem... Queria voltar ao tempo
quando tudo era pura sinestesia... (Maria Cristina Gama)