Sem medo de ser feliz!

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Quando crianças, não temos medo de nada,
Talvez do escuro, e do que lá vaga...
Mas, as outras descobertas não assustam,
Elas nos atraem, elas sempre nos buscam.

Certa vez, caí em um rio, nos fundos de casa,
Pensei em me agarrar em um galho que vi,
Se fosse hoje, se eu caísse em água rasa...
Sem saber, sem pensar, aceitaria que morri.

Lembro-me que me segurei nas plantas
Que contornavam aquele rio misterioso,
Quando saí de lá, encharcada, dei risada
E contei o meu feito com sorriso no rosto.

Às vezes, resolvíamos nos aventurar
Em brejos com frutinhas doces,
E parávamos nas nascentes para nadar,
Molhar os nossos pezinhos, que fosse...

Um dia até me afundei na argila
Que formava círculos coloridos,
Pedi socorro e você não imagina
Como tudo aquilo era divertido.

Comi frutinhas vermelhas do chão,
Mentiram! Não era veneno não!
Me sentia como um passarinho,
Não sabia voar, mas sabia imaginar...

Hoje já não busco novos caminhos,
As aventuras tiram minha segurança,
Em vez de nascentes, vejo espinhos,
Sufocando aquela feliz criança.

Vermelho agora, para mim é perigo,
Voar? Talvez eu viaje de avião...
Não sei o que acontece comigo,
Eu pareço estar sem direção.

Sabe por que agora sobre isso escrevo?
É porque ganhei um abraço logo cedo
De um menino que nem sei o nome...
O sentimento que tive me causou medo.

Então voltei no tempo, e acordei de repente,
lembrei-me de todos os abraços que dei,
dos sorrisos que beijavam meus lábios quentes
e que me aproximavam de todos que amei...

Ah! Não quero mais essas regras de muita idade,
Não quero mais viver assim , cheia de preocupação,
Quero encontrar de novo aquela minha felicidade,
A criança perdida em algum lugar do meu coração.